Realizado no último dia 15 de agosto, em São Paulo, o I Workshop de Pesquisa Clínica da ABHH reuniu cerca de 150 profissionais em um encontro marcado por trocas de conhecimento e perspectivas para o futuro da pesquisa no país. Organizado pelo Comitê de Pesquisa Clínica, o evento reforçou o compromisso da ABHH com a promoção da ciência, a capacitação de especialistas e o fortalecimento do cenário brasileiro.
Na abertura, o presidente da ABHH, Dr. Angelo Maiolino, afirmou que “o Brasil está se tornando um player importante na área de pesquisa clínica” e que a Hematologia é um pilar estratégico com grande potencial de crescimento. Ao lado dele, a coordenadora do Comitê, Dra. Danielle Leão, ressaltou que o público estava participando “do presente e do futuro da pesquisa clínica no Brasil” e que é fundamental “estimular as pessoas a se envolverem com o tema”.
O primeiro bloco da programação trouxe um panorama histórico da pesquisa clínica no mundo e no Brasil, conduzido pela Dra. Danielle Leão, e foi seguido pela apresentação do Dr. Eduardo Magalhães Rego, que destacou que “pesquisa clínica não é apenas sobre medicamentos, mas também sobre analisar a qualidade de vida do paciente, com formulários e outros métodos”. Ele acrescentou que bons profissionais “precisam saber perguntar tanto quanto responder”.
No segundo bloco, Dr. Fernando Vieira Pericole de Souza abordou as fases da pesquisa clínica e o acesso expandido, enfatizando que “um estudo observacional bem estruturado pode gerar as melhores evidências”. Em seguida, Dr. Carlos Chiattone comparou ensaios clínicos randomizados e estudos de vida real, alertando que “quem não estiver dentro deste campo da inteligência artificial em dois anos estará praticamente analfabeto”, defendendo, porém, critérios rigorosos para seu uso.
A programação seguiu com a participação de Dra. Talita Silveira, que reforçou que “a pesquisa clínica fundamenta a medicina baseada em evidências e isso é muito importante”, e do Dr. Marcelo Bellesso, que defendeu a busca por equidade no recrutamento de pacientes, destacando que “o paciente prefere que o médico dele converse sobre a pesquisa clínica, e não apenas o pesquisador”. Encerrando as apresentações da manhã, Dr. Francis Fujii afirmou que a pesquisa clínica “define o futuro que daremos aos pacientes” e que a inteligência artificial “não é apenas uma tendência, mas um novo momento para a medicina”.
O evento também contou com uma mesa-redonda sobre o impacto das equipes multiprofissionais na excelência da pesquisa clínica, reunindo médicos, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas. Na conversa, Mariana Gonçalves falou sobre a parte regulatória do centro de pesquisa e o processo de entrada dos estudos. Jessica Peretta destacou que, em pesquisa clínica, há regras a seguir e que, “a cada frasco de medicamento entregue ao paciente, colocamos informações básicas para auxiliá-lo”. Elaine Longo lembrou que não é possível manter um grande centro de pesquisas sem pessoas capacitadas e abertas às mudanças. Já Vivienne Castilho alertou que, ao administrar um centro de pesquisa, é essencial considerar tanto os custos diretos quanto os indiretos.
Ao final, Dra. Danielle Leão apresentou a palestra “Condução de estudos clínicos na prática”, encerrando uma manhã intensa, repleta de conteúdo, debates e reflexões sobre os próximos passos da pesquisa clínica no Brasil.