Começou nesta quinta-feira (29), em São Paulo, o XI Encontro do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro da ABHH, um dos principais eventos dedicados ao debate e atualização científica sobre as doenças relacionadas aos glóbulos vermelhos e ao metabolismo do ferro.
A programação aborda temas de grande relevância para a prática clínica e para a saúde pública, como deficiência de ferro, doença falciforme, porfirias e sobrecarga de ferro, além de discutir estratégias de acolhimento às diversidades e promoção da equidade no cuidado.
O evento reúne mais de 200 profissionais inscritos, entre hematologistas, clínicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros membros das equipes multidisciplinares, que participam de aulas e debates conduzidos por especialistas renomados.
Na abertura oficial, o Dr. Fernando Costa, coordenador do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro da ABHH, ressaltou a importância do encontro como espaço de atualização e troca de experiências.
Entre os destaques das palestras:
- Dra. Ana Cristina Silva Pinto, da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, alertou para as comorbidades associadas à anemia falciforme: “Algumas doenças são mais comuns nesses pacientes, como doenças cardíacas, hipertensão pulmonar e até úlceras de perna”.
- Dra. Sara Saad, da Unicamp, enfatizou a necessidade do monitoramento da pressão arterial: “Um ponto importante para quem atende pacientes adultos é medir a pressão em todas as consultas, já que o aumento da pressão pode desencadear quadros de AVO™”.
- A importância do planejamento reprodutivo foi destacada pela Dra. Maria Laura Costa, também da Unicamp: “Ele é fundamental para a saúde do bebê e reduz significativamente a mortalidade materna”. Ela também alertou que “muitas vezes as pacientes em idade gestativa chegam tardiamente para o diagnóstico e fazem profilaxia para pré-eclâmpsia”.
- Dr. Bruno Benites, do Hemocentro da Unicamp, abordou aspectos ligados à qualidade de vida e sexualidade, ressaltando que “a incidência de disfunção erétil é maior em pacientes com anemia falciforme, ainda mais se tiverem histórico de crises de priapismo”.
- Sobre envelhecimento, a Dra. Clarisse Lobo (RJ), comentou que historicamente houve subnotificação sobre mortes em Doença Falciforme (DF) ao longo do tempo: “É importante começar discutir como e a partir de qual idade devemos monitorar o paciente com DF”.
- A Dra. Paula de Melo, da Unicamp, em aula sobre cuidados paliativos, corroborou com a Dra. Clarisse Lobo sobre os pacientes com Doença Falciforme estarem vivendo mais, mas questionou “quais condições eles vivem?”
No encerramento do primeiro dia do Encontro, o Dr. Fernando Costa, coordenador do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro alertou sobre a necessidade de pesquisas clínicas serem descentralizadas da Europa e Estados Unidos.
“A maior parte dos estudos clínicos são feitos na Europa e EUA, precisamos ter mais grupos de pacientes de outros países, como aqui no Brasil e na África, onde há um grande número de pacientes”, disse ao também falar sobre a importância do tratamento equânime com Hidroxiureia e novas drogas inibidoras de HDAC.
O encontro reforça o compromisso da ABHH com a formação continuada e a promoção de um cuidado mais equânime e humanizado aos pacientes. Confira outros destaques da programação na cobertura em tempo real de nossas redes sociais (@abhhoficial).
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