No próximo dia 15 de maio, a cidade de Porto Alegre (RS) sediará o “Fórum de Acesso e Equidade: Região Sul”, promovido pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). O evento reunirá especialistas, gestores públicos e representantes de instituições de saúde para discutir os desafios do acesso ao diagnóstico e tratamento de doenças hematológicas, com foco especial na equidade regional.
A escolha de Porto Alegre como sede do Fórum tem relevância prática no contexto atual já que a capital gaúcha ainda vive os reflexos da maior enchente da história do Estado, que impactou fortemente o sistema de saúde. “A tragédia expôs as fragilidades do acesso e mostrou como medidas simples podem ter um impacto real no cuidado, a exemplo do agendamento de exames e consultas no mesmo dia e o fortalecimento da comunicação com os pacientes”, destaca o Dr. Marcelo Capra, coordenador do evento e integrante do Comitê de Equidade da ABHH.
A programação trará temas como a implementação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), a organização dos serviços onco-hematológicos nos CACONS e UNACONS, e o uso da inteligência artificial na navegação de pacientes. Para Capra, “a Política funciona como um instrumento de cobrança e melhoria, e o Fórum é uma oportunidade para debater formas concretas de sua aplicação nos serviços locais”.
A região Sul, região Sul, embora conte com centros distribuídos nas grandes regiões e acesso a exames diagnósticos básicos, ainda enfrenta gargalos. Segundo Capra, é sabido que faltam leitos para transplante de medula, acesso a drogas de alto custo e exames diagnósticos mais avançados e maior integração entre os níveis de atenção. “Esses desafios não são exclusivos do Sul e refletem um cenário nacional que demanda ações articuladas entre sociedade civil, poder público e entidades médicas”, afirma o coordenador do evento.
Outro ponto de destaque será a abordagem sobre emergências em saúde pública, com aprendizados extraídos da recente catástrofe climática no RS. A aula “Aprendizados sobre emergências em saúde pública frente às situações de desastres” propõe reflexões sobre como adaptar os serviços a cenários extremos, mas também sobre como otimizar rotinas para melhorar o cuidado no cotidiano dos pacientes do SUS.
A ABHH, por meio de seu Comitê de Equidade, busca transformar o debate técnico em ações práticas. O evento objetiva impulsionar propostas como priorização de pacientes com leucemias agudas na regulação e ampliação de canais de acesso ao tratamento. “Queremos que a ABHH funcione como um catalisador e formador de opinião, aproximando realidades locais das decisões políticas”, completa Capra.
Com a participação de nomes como Angelo Maiolino, Jorge Vaz Pinto Neto, Diretor de Ações Sociais da ABHH, Renato Cunha, Coordenador do Comitê de Equidade da ABHH, Catherine Moura, da ABRALE, e autoridades dos sistemas públicos locais e federais, o Fórum reafirma o compromisso da ABHH com um sistema de saúde mais justo e acessível. O presidente da associação lembra que a jornada da equidade começou em 2018 com a criação do Comitê de Acesso. “Quando falamos de acesso, falamos também de equidade, especialmente em um país com tantas desigualdades regionais”, afirma.
Inscreva-se em:
https://abhh.iweventos.com.br/forumabhh2025
